quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Coisas que eu quero saber mas que ninguém me explica por razões mais ou menos óbvias - nº2... não, espera, nº3

Bem vindos ao primeiro "Coisas que eu quero saber mas que ninguém me explica por razões mais ou menos óbvias" - ou para abreviar CQEQSMQNMEPRMOMO. Aqui iniciarei uma tipologia de crónicas que é suposto vir a repetir no futuro.

"Porque é que estando a iniciar as CQEQSMQNMEPRMOMO, no título diz que é o número 2" pergunta o leitor? Bem, porque considero que o meu primeirissimo post neste blog sobre canibalismo se inseriria numa destas divagações. Por isso já está mesmo a ver, para seu sofrimento, como será o tipo de loucura que irei aqui libertar.

Update
1: Ok, tive de mudar o título do post porque descobri que
este post, também se deveria inserir nesta categoria. Por isso vá, é o número 3 e não se fala mais nisso... Meu Deus, a quantidade de perguntas estúpidas que me assolam...



Lembram-se do Casper? (ou Gaspar, whatever). O fantasma amigo? Ah, como eu adorava o Casper... principalmente o filme que terá sem dúvida, em conjunto com A Familia Addams, contribuido para a enfatuação que tenho agora pela Christina Ricci. Porque é que eu gostava do Casper? Talvez tenha sido por ele ter um coração puro e nobre, ou talvez por se meter em aventuras divertidas que tinham um final feliz e uma moral no fim, ou TALVEZ PORQUE NÃO TINHA IDADE PARA PERCEBER QUE SE TRATAVA DE UMA CRIANÇA MORTA!!!



AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! ACORDA, VERSÃO MAIS PEQUENA MAS EXTREMAMENTE FOFA DA CHRISTINA RICCI, TENS A FORMAÇÃO ECTOPLÁSMICA DO CADÁVER DE UMA CRIANÇA HIDROCEFÁLICA A FLUTUAR POR CIMA DE TI! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!



Não estou errado, pois não? Se é um fantasma de uma criança, significa que foi uma criança que morreu de certo de uma forma horrível, o que faz com que a sua alma não encontre paz e por isso fique presa no mundo terreno... Porque é que isto é considerado material adequado para crianças? Há algo de errado comigo (pergunta retórica para além de redundante, aviso já) ou será que mais ninguém se consegue aperceber disto? Sei que supostamente pertenço à geração Tim Burton*, mas penso que isto é demasiado macabro e, além do mais, é-o de uma forma óbvia. Não há forma de contornar a questão.

* não tive paciência para meter um link no nome do Tim Burton, por isso se o leitor não souber quem é, use a porcaria do Google. Além do mais, se o leitor não sabe quem é o Tim Burton, nem sequer o queremos aqui, XÔ!**

** É brincadeira, por favor não se vá embora que nós gostamos de si e ainda ficamos é sem ninguém para ler o blog e nós somos criaturas necessitadas de atenção.



Faz-me tanta mas tanta confusão como é que em criança não me apercebi disto e não fiquei aterrorizado. Serei atrasado mental? (Mais uma vez, é uma pergunta retórica).

O que é que eu faço agora que sei isto, meu Deus? Mais ninguém vê isto? Mais ninguém se pergunta o que é que terá passado pela cabeça do inventor desta personagem para achar que poderia comercializá-la? Ninguém se pergunta como raios é que ele tinha razão e se tornou numa personagem famosa apesar da sua lugubridade? Mais ninguém se pergunta o que raios terá passado pela cabeça de pais durante não sei quantas gerações? Alguém me explica como é que há pais a torcerem o nariz por os filhos verem a violência do Dragon Ball, mas que permitem que os seus filhos vejam desenhos animados que os ensinam, de forma certamente traumatizante, sobre a sua própria mortalidade e a possibilidade de vir a ter uma morte prematura e horrível que irá condenar eternamente a sua alma? Para além de que no Dragon Ball as pessoas pelo menos ressuscitavam. Imagino na minha cabeça algo deste género:

"Violência e parvoíce deste tipo exposta às criancinhas? Ai Jesus!"
Versus

"Este programa com a criança morta é tão bom para eles aprenderem as coisas da vida, não é?"



E é este o tipo de coisas que me mantêm acordado à noite mas que mais ninguém compreende. É este o tipo de coisas que me deixam a alma aflita sem saber o que fazer. Esta é uma coisa que eu quero saber mas que ninguém me explica... por razões mais ou menos óbvias.








Update 2: Se gostaram deste post, talvez gostem também deste escrito pelo meu colega Metacrítico. É assim do mesmo género, mas não o incluo nas minhas CQEQSMQNMEPRMOMO porque não fui eu a escrever.

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