terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Análise crítica de uma infância destruída

Ah, a nossa infância... as brincadeiras... os desenhos animados... a Rua Sésamo... as insinuações sexuais que não percebíamos na altura... Passo a exemplificar:



Já viram? Sim? Ok, espero que também tenham achado algumas coisas estranhas. Vou organizar a minha análise segundo alguns pontos.

1 - A primeira coisa digna de atenção são as supostas "vacas" lá atrás que depois servem de coro... é só impressão minha ou aquilo são cavalos que puseram cornos falsos? Não é que não tenha piada, a vaca obriga os pobres cavalos a fazer parte da sua canção debochada, mas porque raios não tornam isto explícito à criancinha que está a ver o programa? Quem fez isto pensou que as crianças são tão burras que não conseguem distinguir entre cavalos e vacas, ou foi o oposto e pensaram que as crianças conseguiriam depreender tudo o que estava ali a acontecer? Infelizmente, este não é o meu único problema com esta questão... Isto não se trata no fundo de uma espécie de travestismo inter-espécie? Os cavalos sentem que no fundo são vacas em corpos de cavalo? Se foi realmente a vaca a obrigá-los à coisa torna-se ainda mais perverso - que raios de fetiches tem esta criatura bovina? Notem como ela os trata por "vaquinhas" e os tarados entram na brincadeira lançando um sugestivo "Mú".

2 - "Às vezes quando estou para aí virada". Isto não é forma de começar uma música.

3 - A própria vaca mostra os seus devaneios travestitas ao imaginar o role de bichos que poderia ser em vez de vaca.

4 - O refrão: aqui é que a coisa se começa a tornar grave... "Tenho orgulho, orgulho em ser uma vaca". Ó - MEU - DEUS!!! Na verdade isto explica muita coisa, no fundo a Rua Sésamo serviu de lavagem cerebral para a jovem população portuguesa, o que explica a existência por aí fora de tantas vacas que se orgulham de o ser.

5 - Notem como as "vacas" lá de trás dizem "VACA VACA VACA!!!" maliciosamente no refrão. Isto cheira-me que na altura de gravar esta música as coisas começaram a descambar e os indivíduos responsáveis no coro começaram a gozar com a senhora que fazia papel bovino.

6 - "Os meus olhos são doces e sonhadores, a minha manteiga é rica e cremosa": por si só, esta frase já parece muito suspeita... quem ouve isto pensa que há ali badalhoquice, mas a confirmação vem mesmo com aquela voz que comenta "Linda!" com o profissionalismo e entoação que só um construtor civil de larga experiência consegue realizar.

7 - "Tenho orgulho em ter um badalo como o meu pai... não, como a minha mãe!" . . .

É verdade que eu gosto de tudo o que seja alarvice e "avacalhanço" (obrigado, obrigado) e agora que já sou algo mais velho aprecio muito mais este vídeo... mas não deixo de achar que se andam por aí muitas vacas contentes por não terem de trabalhar (não puxam nem carroça nem arado), por terem cornos na cabeça e por se deitarem no prado, e que acham que deviam ser adoradas, a culpa é pelo menos em parte da Rua Sésamo.


P.S. - Agora ao passar ao lado de certas personagens entoo "Às vezes quando estou p'rai viradaaaa"... experimentem, é giro.

1 comentário:

Anónimo disse...
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